TEXTO II
“...o busto do príncipe sobre um pedestal monumental, ladeado pela Providência e pela Justiça, tendo à sua frente, de joelhos, a representação da guerra. Os outros elementos metafóricos de destaque são a Deusa e o Livro da Sabedoria, que irrompem com grande luminosidade do interior de nuvens muito escuras, de onde partem também dois grandes fachos de luz, um deles incidindo sobre o príncipe e o outro sobre as embarcações principais assinaladas ao fundo da cena. No entanto, o registro mais importante relaciona-se à fisionomia do príncipe, representado de maneira geral com o rosto sem expressividade marcante. Neste caso, é digno de nota o olhar de esguelha e o sorriso esboçado, ligeiramente maroto, que emprestam à face do príncipe um ar sagaz e irônico. Ainda que a alegoria constitua-se de uma forma metafórica para expressar um pensamento sobre a forma figurada, nesse caso, reforçando essa intenção e explicitando seu objetivo específico, abaixo do desenho escreveu-se: a fortuna de Napoleão tem o limite marcado no momento, em que um Príncipe, se decide a atravessar o Oceano.”
(FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. AS FACES DE D. JOÃO. 2010. Biblioteca Nacional Digital. Disponível em: . Acesso em: 23 set. 2021.)
A partir da análise dos documentos acima, infere-se que a imagem:
a) é uma peça de humor que satiriza o príncipe D. João VI, representando-o como parvo, sugerindo que Napoleão poderia facilmente conquistar Portugal.
b) satiriza a falta de caráter de D. João VI, que, frente à invasão das tropas francesas, não hesitou em fugir para o Brasil.
c) trata com ironia a estupidez do príncipe, sugerindo a necessidade ação divina para que este percebesse a ameaça do cerco francês aos seus portos.
d) insinua a sabedoria e astúcia de D. João VI, que soube escapar dos exércitos napoleônicos em Portugal sem, contudo, perder sua condição de monarca.
e) sugere a bênção divina sobre o monarca, exaltando o glorioso passado de navegações e o apoio popular à corte portuguesa.
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