Resposta :
Resposta:
C.
I. Thanatos ( pulsão de morte ).
II. Eros ( pulsão ).
III. Inconsciente.
IV. Desejo recalcado.
V. Fase pré-edipiana.
Explicação:
"Só não inicio pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida" é uma clara alusão ao conceito de pulsão de morte freudiano.
"Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida." Nessa metáfora, Clarice brinca com a natureza (as moléculas) como se nela houvesse o desejo, a força vital (pulsão de vida, ou eros) que move o ser humano a literalmente viver, segundo a teoria freudiana.
"A verdade é sempre um contato interior inexplicável [...] e não tem uma só palavra que a signifique." Essa passagem exprime de maneira poética o conceito freudiano de inconsciente, no sentido de que é nele que reside a "verdade" escondida, latente, sobre o real desejo do ser humano, verdade essa impossível de ser expressa por palavras que lhe deem significado, por isso sua qualidade inconsciente.
"Quem vive sabe, mesmo sem saber que sabe." Por extensão aos dois conceitos tratados anteriormente, tem-se aqui a expressão poética do que é o desejo (ou também o trauma) recalcado no inconsciente: aquele a mais que é intuído, sentido de longe, mas que o sujeito não consegue organizar racionalmente em palavras.
"Não se trata apenas de narrativa, é antes de tudo vida primária que respira, respira, respira. [...] Poucas se queixam e ao que eu saiba nenhuma reclama por não saber a quem." Por fim, aqui há a expressão poética da fase pré-edipiana, aquela em que a criança está ainda imersa no mundo da natureza, infantilizada, incapaz de defender-se por meio de palavras e ainda incapaz de entender-se separada da mãe, da progenitora, ou seja, completamente dependente e desamparada, despreparada ainda para a entrada traumática no mundo da cultura. Esse quadro de uma condição infantil que ainda mal ascendeu ao mundo simbólico da cultura e da relação com o outro em sociedade é a metáfora alegórica (de ampla representação) que Clarice busca construir, de forma poética, por meio de Macabea, tratando, em verdade, das "milhares de moças espalhadas por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa" e que "Não notam sequer que são facilmente substituíveis e que tanto existiram como não existiriam", justamente porque não adentraram no mundo da cultura e, portanto, ainda não têm plena consciência de si e de sua autonomia social, nem mesmo empoderamento político e jurídico, tornando-se vítimas, aos montes, da exploração econômica e sexual na metrópole carioca.
Resposta:
C.
I. Thanatos ( pulsão de morte ).
II. Eros ( pulsão ).
III. Inconsciente.
IV. Desejo recalcado.
V. Fase pré-edipiana.
Explicação:
"Só não inicio pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida" é uma clara alusão ao conceito de pulsão de morte freudiano.
"Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida." Nessa metáfora, Clarice brinca com a natureza (as moléculas) como se nela houvesse o desejo, a força vital (pulsão de vida, ou eros) que move o ser humano a literalmente viver, segundo a teoria freudiana.
"A verdade é sempre um contato interior inexplicável [...] e não tem uma só palavra que a signifique." Essa passagem exprime de maneira poética o conceito freudiano de inconsciente, no sentido de que é nele que reside a "verdade" escondida, latente, sobre o real desejo do ser humano, verdade essa impossível de ser expressa por palavras que lhe deem significado, por isso sua qualidade inconsciente.
"Quem vive sabe, mesmo sem saber que sabe." Por extensão aos dois conceitos tratados anteriormente, tem-se aqui a expressão poética do que é o desejo (ou também o trauma) recalcado no inconsciente: aquele a mais que é intuído, sentido de longe, mas que o sujeito não consegue organizar racionalmente em palavras.
"Não se trata apenas de narrativa, é antes de tudo vida primária que respira, respira, respira. [...] Poucas se queixam e ao que eu saiba nenhuma reclama por não saber a quem." Por fim, aqui há a expressão poética da fase pré-edipiana, aquela em que a criança está ainda imersa no mundo da natureza, infantilizada, incapaz de defender-se por meio de palavras e ainda incapaz de entender-se separada da mãe, da progenitora, ou seja, completamente dependente e desamparada, despreparada ainda para a entrada traumática no mundo da cultura. Esse quadro de uma condição infantil que ainda mal ascendeu ao mundo simbólico da cultura e da relação com o outro em sociedade é a metáfora alegórica (de ampla representação) que Clarice busca construir, de forma poética, por meio de Macabea, tratando, em verdade, das "milhares de moças espalhadas por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa" e que "Não notam sequer que são facilmente substituíveis e que tanto existiram como não existiriam", justamente porque não adentraram no mundo da cultura e, portanto, ainda não têm plena consciência de si e de sua autonomia social, nem mesmo empoderamento político e jurídico, tornando-se vítimas, aos montes, da exploração econômica e sexual na metrópole carioca.