Escola ESCOLA ESTADUAL DR. J. VALLI ANGELICA-MS Disciplina: Filosofia Professor(a): Me. Devair G. Sanchez Turma(s): EJA MFI e III Fragelli APC: Junho 2021 - Prazo de Entrega: 15/06 èg Angélica - MS Aluno: NA ATIVIDADE PEDAGÓGICA COMPLEMENTAR O PASSARINHO ENGAIOLADO Mary Alvarenga Centro de Ensino Urbano Rocha Dentro de uma linda gaiola vivia um passarinho. De sua vida o minimo que se poderia dizer era que era segura e tranquila, como seguras e tranquilas são as vidas das pessoas bem casadas e dos funcionários públicos. Era monótona, é verdade. Mas a monotonia é o preço que se paga pela segurança. Não há muito o que fazer dentro dos limites de uma gaiola, seja ela feita com arames de ferro ou de deveres. Os sonhos aparecem, mas logo morrem, por não haver espaços para baterem suas asas. Só fica um grande buraco na alma, que cada um enche como pode. Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para outro, comer, beber, dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao seu dono pelo gozo da segurança da gaiola. Bem se lembrava do dia em que, enganado pelo alpiste, entrou no alçapão. Alçapões são assim; tem sempre uma coisa apetitosa dentro. Do alçapão para a gaiola, o caminho foi curto, através da Ponte dos Suspiros. Há aquele famoso poema do Guerra Junqueiro, sobre o melro, o pássaro das risadas de cristal. O velho cura, rancoroso, encontrara seu ninho e prendera seus filhotes na gaiola. A mãe, desesperada com o destino dos filhos, e incapaz de abrir a portinha de ferro, traz no bico um galho de veneno. Meus filhos, a existência é boa só quando é livre. ń filhos, voemos pelo azul...! Comei...! É certo que almente minhas oraçõe