Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe

largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo. O garoto

havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em

campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do

Pinóquio!” [...]. O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você

contará uma verdade e ninguém acreditará!” Felipe ficava pensativo. Mas, no dia

seguinte Felipe assistia a um programa na TV.

A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido

sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com

você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta.” A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado:

Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas mentiras. Até que

um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar

histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a

história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia…

O texto que acabou de ler é um conto. Você sabe que gênero é esse?

Esse texto é um conto, nele é narrado uma história, possivelmente, ficcional, curta,

com poucos personagens, pouca variação de espaço e tempo.​