ao contrário do que acontecia com a burguesia, a insatisfação dos camponeses e do proletariado urbano, por razões óbvias (...), não se manifestava politicamente (...). Porque as luzes dos filósofos não os atingiam, seu descontentamento perdia-se no silêncio e sua revolta terminava nos braços da repressão. (...) A existência de uma diferenciação social no interior do campesinato não impedia que um elemento os unificasse enquanto classe: a exploração feudal a que todos estavam submetidos. (...) esta exploração tornou-se mais odiosa e insuportável quando, para defender suas rendas, sempre insuficientes para seu trem de vida perdulário, os nobres lançaram mão de direitos feudais que há muito haviam caído em desuso." O texto descreve uma realidade na qual pode-se identificar * 1

A questão exige o estabelecimento de uma correlação entre a situação apresentada pelo texto e o que se sabe sobre o estopim do processo revolucionário, ou seja, a posição que o Terceiro Estado ocupa na sociedade estamental do Antigo Regime francês. Uma das reivindicações feitas pela maioria da população francesa da época era a abolição dos privilégios concedidos ao primeiro e ao segundo estados, mantidos sobre a exploração do trabalho da camada mais pobre – camponeses e trabalhadores urbanos – e era essa realidade social que inflamou a eclosão da Revolução Francesa.